terça-feira, 3 de abril de 2012

MEDITAÇÃO E O CÉREBRO.


A prática da meditação tem suas raízes históricas nas religiões orientais. Atualmente é prática muito frequente no ocidente, com objetivos religiosos, mas também simplesmente como forma de buscar a redução do estresse. Numerosos estudos científicos mostraram a capacidade da meditação para melhora orgânica e emocional. Por definição, a meditação é caracterizada pelo estado de atenção focado num acontecimento cíclico restrito, sendo mais comum a atenção plena na respiração. Esta atenção é acompanhada de contemplação, já que o único acontecimento em toda a expansão da atividade cerebral é a "respiração". Nada mais importa. Apesar da insistente avalanche de idéias que surgem para retirar a atenção, esforça-se apenas para concentrar-se na respiração. Tamanha a insistência nesta concentração que com o tempo, as idéias invasoras, acabam por desaparecer. A prática do iniciante tende a ser "desanimadora", pois a tão desejada "limpeza" da mente só se faz com esforço árduo inicial. A meditação segue a regra prática da vida, "primeiro o sacrifício, depois o benefício" e só os que realmente crêem nisto, conseguem todas as beneces da meditação repetitiva.
A meditação como prática de redução de estresse, começou em 1979, com Jon Kabat-Zinn, professor de medicina da escola de Massachussets. Na época, este estudo conseguiu mostrar na prática, a melhora da qualidade de vida dos meditadores.
Mas recentemente, revistas científicas conceituadas, utilizando métodos sofisticados de neuroimagem, têm demonstrado alterações na estrutura cerebral dos meditadores, em comparação com o cérebro dos que não meditam. Há comprovação científica de aumento da substância cinzenta do hipocampo esquerdo, córtex cingulado posterior, junção têmporo-parietal e cerebelo. Como consequência, os praticantes de meditação têm uma maior capacidade de concentração no cotidiano, melhora da memória, do equilíbrio estático e dinâmico, além de maior capacidade de raciocínio. O estresse diminui, pois a amígdala cerebral, estrutura relacionada com o estresse, reduz o seu volume. Portanto, a ciência comprova os benefícios intensos da meditação, não estando tais melhoras apenas no campo das crenças religiosas orientais.
As técnicas são variadas, mas a mais praticada consiste em assumir uma posição confortável em ambiente tranquilo, sem estímulos de qualquer espécie. Fecha-se os olhos e começa a observar a própria respiração, senti-la em toda sua plenitude. Nada mais importa. Se outros pensamentos surgirem, o que normalmente acontece, apenas observe-os passivamente e deixe-os ir embora. Volte a atenção para a respiração. Seja insistente. Com bastante esforço e várias tentativas, a recompensa virá, pois com a concentração plena no objeto a ser observado (no caso a respiração), sensação de mente leve surgirá e com o tempo evolui-se para outras sensações positivas e imensamente maravilhosas. A sensação da pós-meditação também é agradabilíssima, predominando a paz, a tranquilidade e a organização das idéias.
A meditação deverá ser repetida de forma regular, pois desta forma, os benfícios permanecerão.
A meditação deverá ser praticada por todos, pois não há efeitos colaterais e os ganhos são muito significativos.
Então, mãos à obra.